Rotina sem luxos reforça idolatria de pernambucanos pela família Arraes
Rio - A simplicidade da sepultura onde Campos
foi enterrado chamou a atenção de muita gente no país, mas, para quem
vive lá, não há novidade alguma. Simplicidade sempre foi a marca da
família Arraes. E este é o fator que mais a aproxima do “povão”. A casa
da família de Campos é confortável, mas sem grandes luxos e longe da
área nobre da cidade. Fica na Zona Norte, no bairro Dois Irmãos, a pelo
menos meia hora, com sorte, da turística Boa Viagem, o bairro à
beira-mar mais conhecido da capital.
Morto no mesmo dia que o avô e ídolo, Eduardo Campos caminha para virar mito em Pernambuco. Como Miguel Arraes. O respeito que o pernambucano tinha pelo Arraes é maior do que qualquer outro político. Muito mais até do que o Lula, que foi presidente da República e era pernambucano, coisa que o Arraes não era. Era cearense. “Mas ninguém fez mais por este povo. Virou mito mesmo. Ele tinha a voz embolada e era difícil entender o que dizia, mas ele falava com a nossa alma”, disse o gari Rosalvo da Conceição, no funeral.
O escritor Marcelo Meira, que trabalhou com Miguel Arraes nos anos 1980, não faz parte da turma de fãs do avô de Campos, mas tem um depoimento impressionante, que dá a dimensão da idolatria do político no estado, sobretudo no sertão. “Via doentes colocarem a foto do Arraes num copo d’água, misturar bem e beber em busca de um milagre. Um troço incrível”, conta Meira.
Agenda sempre cercada pelos filhos
O número de presentes no funeral de Eduardo Campos, que passou de 150 mil pessoas, é o dobro do registrado na morte do avô, político mais popular da história do estado. Para muitos, o sentimento era de orfandade. Pai de cinco filhos, o ex-governador costumava dizer que gostava de “criar gente”. E se preocupava tanto com os seus filhos quanto com os dos outros. Dizia sonhar com um país onde filhos de ricos e pobres, trabalhadores e patrões, negros e brancos, estudassem na mesma escola.
“Ele tinha a vida atribulada, mas vivia ‘arrodiado’ dos filhos. Sempre que podia, carregava os meninos junto dele. Era apaixonado por crianças, que simbolizavam para ele um futuro melhor”, conta o fotógrafo Genival Fernandes, que desde 2005 fazia imagens do ex-governador. Campos o chamava pelo apelido, “Papparazi”, que, no caso de Genival, deixou de ser adjetivo para virar substantivo na voz do ex-governador.
APOSENTADOS DO INSS " REVISÃO APOSENTADORIAS NÃO ESTÃO NOS PLANOS DE PRESIDENCIAVEIS "Novamente
a campanha está nas ruas e, os candidatos a presidência da Republica
não falam em reajuste para os aposentados do INSS. Falam em tudo, más
não no reajuste que é o mais importante.
Na vizinhança, casas com o mesmo
padrão dividem a rua com outras bem simples, com tijolos aparentes. Até o
asfaltamento é precário. Algumas ruas ainda são de terra batida. Nem
segurança há por perto. Sejam policiais ou mesmo particulares do
governador. Tanto que uma equipe de jornalistas acabou assaltada na
última sexta-feira, o que só então fez a polícia reforçar o efetivo no
local.
“Seu Eduardo passeava com o cachorro
por aqui, falava com os vizinhos. Me lembro da vez em que foi eleito
governador. Passou por mim, cerrou o punho com os olhos arregalados e um
sorriso largo e disse: ‘Ganhamos’. Os filhos e Dona Renata também são
pessoas simples, sem luxo”, contou o vizinho, Manoel Francisco, que vive
numa casinha sem muito conforto, a poucos metros da residência dos
Arraes.
Os hábitos de vida simples, sem ostentação,
ajudam a reforçar a idolatria de boa parte dos pernambucanos pela
família Arraes, que vai muito além das realizações políticas de Eduardo
Campos e do seu avô, o também ex-governador Miguel Arraes. Para uns, o
Doutor Arraes. Para a maioria, o “Véio Arráia”, apelido pronunciado
carinhosamente com o sotaque recifense. Para todos, o homem que levou
energia elétrica e água para o sertão.Morto no mesmo dia que o avô e ídolo, Eduardo Campos caminha para virar mito em Pernambuco. Como Miguel Arraes. O respeito que o pernambucano tinha pelo Arraes é maior do que qualquer outro político. Muito mais até do que o Lula, que foi presidente da República e era pernambucano, coisa que o Arraes não era. Era cearense. “Mas ninguém fez mais por este povo. Virou mito mesmo. Ele tinha a voz embolada e era difícil entender o que dizia, mas ele falava com a nossa alma”, disse o gari Rosalvo da Conceição, no funeral.
O escritor Marcelo Meira, que trabalhou com Miguel Arraes nos anos 1980, não faz parte da turma de fãs do avô de Campos, mas tem um depoimento impressionante, que dá a dimensão da idolatria do político no estado, sobretudo no sertão. “Via doentes colocarem a foto do Arraes num copo d’água, misturar bem e beber em busca de um milagre. Um troço incrível”, conta Meira.
Agenda sempre cercada pelos filhos
O número de presentes no funeral de Eduardo Campos, que passou de 150 mil pessoas, é o dobro do registrado na morte do avô, político mais popular da história do estado. Para muitos, o sentimento era de orfandade. Pai de cinco filhos, o ex-governador costumava dizer que gostava de “criar gente”. E se preocupava tanto com os seus filhos quanto com os dos outros. Dizia sonhar com um país onde filhos de ricos e pobres, trabalhadores e patrões, negros e brancos, estudassem na mesma escola.
“Ele tinha a vida atribulada, mas vivia ‘arrodiado’ dos filhos. Sempre que podia, carregava os meninos junto dele. Era apaixonado por crianças, que simbolizavam para ele um futuro melhor”, conta o fotógrafo Genival Fernandes, que desde 2005 fazia imagens do ex-governador. Campos o chamava pelo apelido, “Papparazi”, que, no caso de Genival, deixou de ser adjetivo para virar substantivo na voz do ex-governador.
Credito http://odia.ig.com.br
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