quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Senado aprova em primeiro turno cota mínima para mulheres no Legislativo


A participação feminina na política ganhou um reforço. O Plenário do Senado aprovou em primeiro turno, nesta terça-feira (25), a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 98/2015, que reserva um percentual mínimo de cadeiras nas representações legislativas em todos os níveis federativos. Assim, a medida atinge Câmara dos Deputados, assembleias legislativas, câmara legislativa do Distrito Federal e câmaras municipais. A proposta foi aprovada em primeiro turno com 65 votos favoráveis e 7 contrários.
A PEC assegura a cada gênero percentual mínimo de representação nas três próximas legislaturas: 10% das cadeiras na primeira legislatura, 12% na segunda legislatura; e 16% na terceira. Caso o percentual mínimo não seja atingido por um determinado gênero, as vagas necessárias serão preenchidas pelos candidatos desse gênero com a maior votação nominal individual entre os partidos que atingiram o quociente eleitoral.  A proposta altera o Ato das Disposições Constitucionais Transitórias e faz parte das sugestões da Comissão da Reforma Política.

Elogios

Vários senadores louvaram a iniciativa que, segundo eles, irá diminuir a desigualdade de gênero na política. A senadora Marta Suplicy (PMDB-SP) ressaltou que as mulheres enfrentam mais dificuldades para optarem por uma carreira política e disse ter esperança que a proposta incentive a candidatura feminina.
A senadora lembrou que o Brasil tem uma das taxas mais baixas do mundo de presença de mulheres no Congresso Nacional. Segundo ela, de um total de 190 países, o Brasil ocupa a 116º posição no ranking de representação feminina no Legislativo.
A procuradora da Mulher no Senado, Vanessa Grazittion (PCdoB-AM), lamentou a posição do Brasil no ranking e classificou como “constrangedor” o fato de as mulheres terem que negociar uma cota no Legislativo. Para ela, o ideal seria que os partidos já tivessem consciência de montar suas listas com alternância de gênero e que as mulheres já tivessem alcançado a paridade com os homens. A senadora disse ter esperança de uma mudança cultural no país e de ver o dia que não será necessária de cota para que a mulher chegue ao Parlamento e ocupe um lugar "que é seu de direito".
O relator da comissão temporária da reforma política, senador Romero Jucá (PMDB-RR), lembrou, em seu relatório, que na esfera política há nítida desigualdade entre homens e mulheres em relação à ocupação de cargos públicos. Jucá argumentou que as mulheres são maioria na população e maioria no eleitorado, mas enfrentam dificuldades para conquistar cargos eletivos. Na Câmara dos Deputados, dos 513 cargos em disputa em 2014, apenas 51 foram ocupados por mulheres. No Senado, de um total de 81 vagas, somente 13 parlamentares são do sexo feminino. A PEC, porém, não modifica os critérios para eleição no Senado, já que este não faz uso do sistema proporcional.
Jucá destacou ainda que a ação afirmativa tem prazo definido. Na visão do senador, uma vez garantido o percentual de 16%, as barreiras socioculturais enfrentadas pelas mulheres serão reduzidas a tal ponto que, a partir da quarta legislatura subsequente à promulgação da PEC, não será mais necessário prever na legislação um nível mínimo de representação.

Voto contrário

O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) se posicionou contra a proposta afirmando que ela “fere o princípio da soberania do voto” já que o voto dado a uma mulher terá um peso maior do que o dado a um homem. Para ele, o princípio da soberania popular deve ser respeitado e é o povo que deve definir, em última instância, sobre a composição das assembleias que os representam.
- O que se pretende com essa emenda é dizer que a composição das assembleias não depende mais exclusivamente do povo, mas é pré-determinada pelo Congresso no exercício do poder constituinte derivado – protestou.
O senador Aloysio Nunes ainda acrescentou que a proposta abre um precedente gravíssimo para que sejam solicitados outros tipos de cotas.
Agência Senado 
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Senado aprova reajuste de 41% para servidores do Ministério Público Federal


O Senado aprovou nesta terça-feira (25) reajuste de 41% para os servidores do Ministério Público Federal, distribuído em oito parcelas, a ser pago ao longo de quatro anos. O texto aprovado foi o substitutivo do senador Valdir Raupp (PMDB-RO) ao PLC 41/2015, que previa inicialmente um aumento de 56%. O projeto será enviado de volta à Câmara dos Deputados por causa das modificações feitas pelo Senado.
O substitutivo de Raupp ao projeto de lei da Câmara é baseado em acordo entre o Poder Executivo e o Ministério Público da União, que negociaram uma nova proposta de reajuste salarial ao levar em conta o aspecto orçamentário. Ficou acertado que haveria redução do reajuste do vencimento básico nos cargos efetivos proposto no projeto original, e a alteração do percentual correspondente à gratificação de atividade do Ministério Público da União de 90% para 140%, bem como o aumento de seis para oito parcelas na implementação dos novos valores.
A diferença entre o novo vencimento e o anterior será paga em parcelas sucessivas, não cumulativas, distribuídas nas várias faixas dos servidores. O aumento incidente sobre a remuneração do ano anterior se dará da seguinte forma: 9,28% em 2016; 9,27% em 2017; 8,81% em 2018; e 8,40% em 2019.

Solução

Raupp destacou em Plenário que a proposta faz justiça aos servidores do Ministério Público ao recompor a remuneração que se encontra defasada em relação a carreiras equivalentes dos Poderes Executivo e Legislativo. A situação, disse, tem provocado a rotatividade de servidores, com significativo prejuízo à atividade do MPF.
 É o que foi possível conceder neste momento a essas categorias. Precisamos considerar o atual cenário econômico do país. Nós temos que ter a sensibilidade e responsabilidade na condução do gasto público. Não podemos aprovar aumentos salariais que poderão comprometer o orçamento da União — afirmou.
A favor da proposta, o senador Blairo Maggi (PR-MT) ressaltou que o acordo pode servir como indicativo para o governo negociar também com outras categorias que reivindicam reajuste salarial. José Pimentel (PT-CE) considerou o substitutivo uma “grande solução” para a categoria. Já Vanessa Graziotin destacou que “é melhor garantir 41% de aumento do que nada”, ao se referir à possibilidade de veto da presidente Dilma Rousef ao projeto da Câmara.
Humberto Costa (PE), líder do PT, ressaltou que a proposição foi fruto de entendimento. E o líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS) lembrou que o substitutivo é compatível com as finanças públicas, e que o tema foi bastante discutido pelo Ministério do Planejamento com a Procuradoria-Geral da República.

Debate

Os líderes de oposição criticaram o acordo, que não teria contado com a participação dos sindicatos, e também questionaram o substitutivo, cujo teor não era previamente conhecido por eles.
— É uma matéria sobre a qual a assessoria não recebeu o texto, nem tivemos oportunidade de avaliar a alteração. Poderíamos ter prolongado esses quatro anos e mantido o reajuste aqui. Deveríamos ter apreciado o relatório da Câmara —defendeu Ronaldo Caiado (DEM-GO).
Entre os senadores que se declararam contrários ao substitutivo estão Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), João Capiberibe (PSB-AP), Omar Aziz (PSD-AM), Magno Malta (PR-ES), Gladson Cameli (PP-AC), Marcelo Crivella (PRB-RJ) e Eduardo Amorim (PSC-SE).
José Medeiros (PPS-MT) classificou a negociação da Procuradoria-Geral da República com o governo como um “acordo de cúpula” e criticou a desvalorização dos servidores nas proposições legislativas.
 Esse acordo não foi amplamente aceito, não é realidade. Quando se vota reajuste para o servidor, já se fala que é pauta-bomba. Estamos criando um país de castas. O servidor está sendo demonizado — afirmou.
Em resposta às críticas, o senador Raupp explicou que a proposta obteve a aprovação do Conselho de Assessoramento Superior do Ministério Público da União. Ele reiterou que, ao analisar as duas propostas de reajuste, considerou o contexto econômico do país, para não impactar a despesa pública nem comprometer o Orçamento da União.
Fonte Agencia Senado

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domingo, 23 de agosto de 2015

Legado de Lula é ameaçado à medida que crise aumenta

FONTE REUTERS BRASIL
SÃO PAULO (Reuters) - Uma crise política e econômica em curso mais uma vez ameaça derrubar a principal liderança política do país: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.    
    Seu legado, que já havia sido chamuscado pelo escândalo do mensalão envolvendo compra de votos no Congresso, está de novo no olho do furacão com a turbulência econômica e política que levou o índice de aprovação da presidente Dilma Rousseff, sua sucessora escolhida a dedo, para um dígito.
    Com a ampla investigação de corrupção da operação Lava Jato, envolvendo a Petrobras e assessores e colaboradores-chave de governos petistas, mais uma vez o Partido dos Trabalhadores, agora em seu 13º ano no poder, volta ao centro de um novo escândalo.
    Embora Lula não tenha sido acusado de nenhum crime --e é cedo para descartar um líder que esteve à frente da política brasileira por mais de uma década-- o amor ao homem que foi chamado por Barack Obama de "o político mais popular do planeta" está minguando.
    A Polícia Federal prendeu novamente neste mês seu ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no caso do mensalão. O Ministério Público vem fechando acordos de delação premiada com executivos das maiores empreiteiras do país, uma delas próxima a Lula, acusadas de envolvimento no esquema de corrupção com a Petrobras.
    Isso tudo combinado significa que mesmo aliados de longa data estão vacilando.
"Na minha opinião e na opinião de muitos, o governo do Lula foi o melhor da história democrática do Brasil... Mas agora está se vendo que as bases que deixou não são tão fortes assim", disse Frei Betto, ex-assessor de Lula.

O desencanto sinaliza a maior mudança na política brasileira desde 2002, quando eleitores, uma vez desconfiados de Lula como radical de esquerda, decidiram confiar a ele o que atualmente é a maior economia da América Latina. 
 Isto também mostra o quão rapidamente suas realizações como presidente, como a retirada de 40 milhões de pessoas da pobreza, começaram a sofrer abalos. Após um boom de uma década, o Brasil agora passa por uma contração econômica, com desemprego e inflação em alta e com dois em cada três brasileiros querendo o impeachment da sucessora de Lula, segundo pesquisa de opinião.
    Até o sólido apoio que Lula desfrutou entre eleitores de mais baixa renda está vulnerável.
    "Tudo está ficando pior e pior", disse Marta Marques, gari de 39 anos, no centro de São Paulo. "Tinha fé em Lula no início, mas isto tudo mudou."
    A mudança na maré atinge a esperança de seguidores que acreditavam que Lula, cujo carisma e lendária habilidade de negociação que o tornaram até agora politicamente indestrutível, pudessem sacudir o partido e levá-lo a um quinto mandato consecutivo, em 2018.    
    PERSONIFICAÇÃO DO PARTIDO
    No momento, seu maior risco são esforços da mídia e adversários políticos em ligar Lula à corrupção da Petrobras, que começou durante seu mandato e envolveu bilhões de dólares em propinas de empreiteiras para executivos da empresa e operadores do partido em troca de contratos.
    Muitos acreditam que um testemunho em qualquer acordo de delação premiada que venha a ser feito por Marcelo Odebrecht, presidente preso da Odebrecht, um dos vários empreiteiros manchados pelo escândalo, seria particularmente preocupante.
    A maior construtora da América Latina também é uma das diversas empresas da qual Lula recebeu dinheiro por palestras pagas após deixar o poder. 
 Em um caso separado, procuradores estão investigando se Lula, em viagens ao exterior depois de deixar a Presidência, usou de forma imprópria sua influência para ajudar a manter os contratos da Odebrecht.
    Em aparições públicas e notas oficiais, Lula tem negado repetidamente ilegalidades e classificado os ataques contra ele como investidas contra a classe trabalhadora.
    Seus advogados estão processando o jornal O Globo e a revista Veja por reportagens que dizem ser caluniosas.
    Verdade ou não, a especulação deu mais munição a críticos do PT.
    "Ele personifica o próprio PT. O desgaste do PT é imensurável nessas denúncias de corrupção", disse Antônio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP), deputado da oposição.
Em manifestações pelo Brasil no último domingo, mais críticas do que nunca, quando centenas de milhares de pessoas pediram o impeachment de Dilma, o nome de Lula foi colocado na fogueira.
    Em Brasília, um boneco inflável gigante representando o ex-presidente em roupa de presidiário passava por cima da multidão e rapidamente virou assunto na internet.
    Embora Lula não tenha abordado recentemente a possibilidade de uma candidatura em 2018, projeções iniciais com ele na disputa sugerem que perderia para o senador Aécio Neves (PSDB-MG), derrotado por Dilma em 2014.
    Ainda assim, analistas políticos alertam que Lula não pode ser descartado, a não ser que sejam apresentadas provas que o liguem à corrupção. Quando o esquema de compra de votos derrubou figuras próximas e quase acabou com seu primeiro mandato, Lula se mostrou hábil ao ser afastar do escândalo, conseguindo a reeleição enquanto outros levaram a culpa.
    "Ainda não há outro líder no Brasil tão capaz de comunicar e agregar as pessoas", disse Mauro Paulino, diretor do instituto de pesquisas Datafolha.
FONTE REUTERS BRASIL

sábado, 22 de agosto de 2015

Ameaça de Evo Morales contra o Brasil

Embora esta republiqueta cocaleira seja politicamente e militarmente inofensiva para o Brasil e sua força militar, a fala deste boliviano bandido é extremamente séria! É uma declaração de guerra contra a própria população brasileira! Onde tudo isso vai parar? Mas por outro lado, o povo brasileiro se recusa a se render à Cristo, e colhe as consequências de sua iniquidade... “Não vamos permitir golpes de Estado no Brasil e nem na América Latina. Vamos defender as democracias e se precisar vamos atacar com nossas forças armadas”, afirmou Morales em uma escola militar em Cochabamba (centro do país). Morales fez a advertência coincidindo com o 44º aniversário do golpe militar de 1971, que exaltou o então coronel Hugo Banzer, apoiado, segundo os historiadores, por militares do Brasil e da Argentina, com o apoio do Pentágono. “Pessoalmente, nossa conduta irá defender Dilma (Rousseff),presidente do Brasil e o Partido dos Trabalhadores”, declarou Morales, dias após de opositores realizarem várias manifestações no Brasil exigindo a renúncia da presidente. Morales fez votos para que “o tema do golpe de Estado no Brasil seja somente uma questão midiática. É nossa obrigação defender os processos democráticos, a democracia e especialmente os processos de libertação sem interferência externa”. La Paz e Brasília mantêm certas afinidades políticas, afetadas por um episódio em 2013, quando o senador boliviano opositor Roger Pinto fugiu para território brasileiro em um veículo diplomático e foi protegido por funcionários da embaixada do Brasil em La Paz, onde estava asilado desde maio de 2012. Após sua incomum entrada no Brasil, Pinto pediu refúgio. A fuga de Pinto gerou uma crise diplomática entre o Brasil e a Bolívia, que levou à saída do chanceler brasileiro Antônio Patriota. O embaixador brasileiro em La Paz não foi reposto desde então. FONTE http://www.ampost.com.br/

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Alvaro Dias diz que caminhada para a mudança é irreversível



O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) ressaltou a importância das manifestações de domingo (16), que reuniram milhares de pessoas em mais de 200 cidades do país. Para o senador, os protestos demonstraram que o Brasil e o povo estão caminhando de forma irreversível para uma mudança.
Na avaliação de Alvaro Dias, o atual sistema político se esgotou e a população não tolera mais a corrupção e a incompetência do governo.  A população mostrou que não é mais admissível o balcão de negócios, o fisiologismo e o aparelhamento do Estado em nome de um projeto de poder de longo prazo.
Alvaro Dias afirmou que o PSDB, assim como os demais partidos de oposição, foram apenas coadjuvantes solidários dos protestos.  Segundo ele, o evento foi uma manifestação espontânea do povo brasileiro, que gostaria de antecipar as mudanças e não ter de esperar até as eleições de 2018.
O senador afirmou que a mudança é inevitável, e poderá ocorrer pelo impeachment, que considerou um pressuposto constitucional da reivindicação popular, pela renúncia do mandato da presidente ou pela cassação de sua chapa por crimes eleitorais. Ou, por fim, pelas eleições em 2018.
- Essas são as alternativas para a mudança, portanto, mais cedo ou um pouco mais tarde, a previsão é de que o povo brasileiro fará a mudança desejada, sonhada e levada como apelo às ruas do país. O modelo realmente se esgotou, faliu, não há como sobreviver - afirmou o senador.
Fonte Agencia Senado

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Lava Jato: ex-vereador do PT Alexandre Oliveira Correa Romano é preso

Na 18ª fase da operação, a Polícia Federal cumpre 11 mandados judiciais, incluindo a prisão temporária de Alexandre Oliveira Correa Romano, ex-vereador do PT em Americana (SP)
Alexandre Oliveira Correa Romano ex vereador do PT
A pedido da Força-Tarefa Lava Jato do Ministério Público Federal (MPF), a Polícia Federal cumpre, nesta quinta-feira, 13 de agosto, na 18ª fase da Operação Lava Jato, 11 mandados de busca e apreensão e a prisão temporária do advogado e ex-vereador do PT em Americana (SP) Alexandre Oliveira Correa Romano. O objetivo é obter novas provas sobre o esquema de corrupção e lavagem de dinheiro que gira em torno de contratos milionários celebrados no âmbito do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG).
Desde a última fase da operação, foram reforçadas, com novas evidências, as suspeitas de desvios milionários efetuados por empresas do Grupo Consist Software em decorrência de contratos fechados com a anuência do MPOG. De acordo com as apurações, essas empresas iniciaram os pagamentos ilegais após a celebração de Acordo de Cooperação Técnica entre o MPOG, a Associação Brasileira de Bancos (ABBC) e o Sindicato das Entidades Abertas de Previdência Privada (SINAPP). O objetivo do acordo seria a disponibilização de serviços e software para gestão de margem consignável em folha de pagamento.
Até agora, já foi comprovado o repasse pelas empresas do Grupo Consist de cerca de R$ 50 milhões sob a falsa justificativa da prestação de serviços. Mais de 20% desse valor foi repassado, entre os anos de 2011 e 2014, à empresa Jamp Engenheiros, do operador Milton Pascowitch, e posteriormente destinados a João Vaccari Neto, que então ocupava o cargo de tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT).
O restante dos valores, segundo diversas notas fiscais apresentadas por Pablo Alejandro Kipersmit, dirigente da Consist Software, foi transferido às empresas indicadas pelo advogado Alexandre Romano. A partir de diligências efetuadas pela Polícia Federal, já foi possível identificar que parte desses valores foram destinados a empresas de fachada. Também figuraram como beneficiários desses depósitos alguns escritórios de advocacia, um deles sediado em Curitiba (PR).
Apesar de o representante da Consist ter afirmado em seu depoimento que esses valores teriam sido transferidos como contraprestação de serviços prestados por Romano e Pascowitch no interesse de contratos que a Consist assinou com instituições bancárias para a gestão do sistema de pagamentos consignados do MPOG, não foi encontrada nenhuma evidência nesse sentido. Ao contrário, o colaborador revelou que somente intermediou tais pagamentos, a pedido de João Vaccari Neto, o qual lhe informou que “o partido possuía um crédito junto a uma empresa [Consist] e que vinha apresentando problemas com um intermediário anterior”.
Também chama atenção o fato de que os depósitos continuaram sendo realizados por empresas do Grupo Consist em favor da Jamp até o final de 2014 e em favor de empresas indicadas por Alexandre Romano até julho de 2015.
O procurador da República Roberson Pozzobon destaca que "a Lava Jato já apresentou fortes provas de corrupção na Petrobras, na Caixa Econômica Federal e na Eletronuclear. Há, agora, evidências de desvio multimilionário relacionado a contratos do Ministério do Planejamento. Chama atenção o fato de que o pagamento da propina ocorreu até mês passado, o que traduz uma crença absoluta na impunidade, que caminha de mãos dadas com a corrupção”.
Para diminuir a impunidade e tornar mais eficaz o combate à corrupção, o MPF lançou a campanha "Dez Medidas contra a Corrupção". Saiba mais no sitewww.10medidas.mpf.mp.br

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Dilma deciide indicar Janot novamente à Procuradoria-Geral, diz jornal


(Reuters) - A presidente Dilma Rousseff decidiu indicar o atual procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para ser reconduzido ao cargo para mais um mandato de dois anos, e já enviou o nome dele para a apreciação do Senado, informou o jornal Folha de S.Paulo nesta sexta-feira.
Janot foi o mais votado na eleição interna entre os procuradores realizada na quarta-feira e encabeça a lista tríplice que foi apresentada pela categoria à presidente com vistas à indicação do novo chefe do Ministério Público.

À frente da Procuradoria-Geral da República (PGR), Janot tem comandado as investigações de políticos envolvidos na operação Lava Jato, que apura um esquema bilionário de corrupção na Petrobras, entre eles os presidentes da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), contra quem Janot pediu e obteve do Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de inquéritos.
Fonte Reuters