segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Marina diz que Dilma nomeará mais diretores para roubar Petrobra

No Piauí, candidata do PSB faz discurso com críticas duras ao PT e compara presidente a Collor

Fonte : Matéria publicada pelahttp://veja.abril.com.br
Da esquerda para direita: Palanque do PSB no Piauí reúne o ex-governador Wilson Martins, candidato ao Senado, Marina Silva, Beto Albuquerque, candidato a vice-presidente, e o ex-senador do DEM Heráclito Fortes (de azul) - 13/09/2014
Da esquerda para direita: Palanque do PSB no Piauí reúne o ex-governador Wilson Martins, candidato ao Senado, Marina Silva, Beto Albuquerque, candidato a vice-presidente, e o ex-senador do DEM Heráclito Fortes (de azul) - 13/09/2014 (Felipe Frazão/VEJA.com)

A candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, usou o combate à corrupção como mote de um comício crítico à presidente-candidata Dilma Rousseff e ao PT na noite deste sábado, em Teresina (PI). Marina reclamou das “calúnias, mentiras e boatos” disparados pelos adversários e afirmou que eles estão apavorados e desesperados, “tremendo que só vara verde”. A presidenciável do PSB concentrou ataques nominais a Dilma e aliados do PMDB, como o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o senador e ex-presidente José Sarney. Ela afirmou que, se reeleita, Dilma continuará a nomear diretores da Petrobras a partir de indicações políticas, como fez com o ex-diretor de abastecimento Paulo Roberto Costa, delator de um escândalo de corrupção na petrolífera.


“Esse é o vento da mudança, daqueles que querem votar em quem apresenta um plano de governo. A Dilma não apresentou. O Aécio [Neves, candidato à Presidência pelo PSDB] não apresentou. E a Dilma ainda disse que não vai apresentar, que vai fazer a mesma coisa que está fazendo, ou seja, vai continuar escolhendo os diretores da Petrobras com os critérios de acabar com a Petrobras pelo roubo, pelo dolo”, disse. “Vamos compor a diretoria da Petrobras com comitê de busca e funcionários de carreira e não com indicados do Renan Calheiros. Vamos fazer com que o serviço público tenha ministros que entendam o que estão fazendo nos ministérios. Hoje nós temos um ministro [Edson Lobão] que não é o ministro de Minas e Energia. É o ministro do ex-presidente José Sarney.”

Em entrevista após o comício, Marina disse que o “país precisa ser passado a limpo” e cobrou a investigação das denúncias na Petrobras. Ela afirmou que Dilma e Aécio tentam vencer as eleições com um “cheque em branco”, já que não apresentaram um programa de governo. “O PSDB já teve a chance dele com oito anos. O PT, uma chance de 12 anos. Agora é preciso dar uma chance não para a Marina o Beto e o PSB, mas para o Brasil sair do buraco. Essa é a nova política”, disse Marina. “A corrução precisa ser combatida de forma institucional. O problema é que os dois partidos que estão há vintes anos no poder usam a corrupção inclusive para se promover politicamente.”

A candidata também comparou Dilma ao ex-presidente e hoje senador Fernando Collor (PTB), alvo de impeachment no Congresso, e disse que a corrupção precisa ser enfrentada pela sociedade a exemplo da escravidão. “A corrupção não é um problema só do governo, mas de todos nós. Enquanto for um problema apenas da Dilma, do Sarney ou do Collor, não será combatida. Ela só será combatida quando se transformar num problema de todos os brasileiros. Quando a escravidão virou um problema de todos os brasileiros nós acabamos com a escravidão, assim será com a corrupção.”

Marina rebateu o “discurso terrorista” do PT no Nordeste e afirmou que vai manter e ampliar o Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, Pronatec, Fies e Mais Médicos: “Numa democracia o que a gente conquista é direito e não favor. O PT que pregou a vida toda que direitos não podem ser vistos como favores, agora quer que o povo tire o chapéu e faça continência.”

“Nós já tivemos um presidente [Collor] que se elegeu usando mentiras contra o Lula. Fico triste de estarem usando os mesmos argumentos preconceituosos contra mim. Mas o povo já aprendeu que a esperança vai vencer o medo”, disse Marina. “Eu não acredito que a presidente Dilma faça o que está fazendo comigo sem sentir dor da consciência. É porque os marqueteiros dela ficam dizendo para ela me desconstruir e me destruir. Enquanto ela tem 11 minutos [na TV] eu tenho apenas 2 minutos. Quanto nós tivermos de igual para igual vai ser muito difícil para eles.”

No último ato de campanha depois de um tour por Ceará e Paraíba, Marina discursou para um público relativamente pequeno, formado por militantes e cabos eleitorais do PSB, da Rede Sustentabilidade de partidos aliados. Marina chegou ao centro de eventos na capital do Piauí mais de quatro horas depois do horário previsto. Por causa do atraso, dezenas de ônibus abandonaram o local antes de a candidata chegar. No Estado, a presidente Dilma tem 61% das intenções de voto, ante 29% de Marina, segundo a última pesquisa Ibope.

Ao lado do ex-governador Wilson Martins (PSB), agora candidato ao Senado, e do ex-senador Heráclito Fortes (PSB), egresso do DEM, Marina pediu apoio para candidatos ao Legislativo de sua coligação, defendeu mandato de apenas quatro anos e disse que a “reeleição virou uma desgraça”. Ela não citou Fortes, que acompanhou o discurso no palanque. Marina também disse que “seu candidato” ao governo do Piauí é o atual governador, Zé Filho (PMDB). “Na nova política, a gente não começa o novo do novo. Tudo o que começa, começa a partir de alguma coisa que é preservada”, disse a presidenciável. “Vamos aposentar a Velha República e chamar a Nova República à responsabilidade.”
Crédito Vejaabril

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