A
Polícia Federal (PF) cumpriu, nesta quinta-feira (23), oito mandados de
prisão preventiva como parte da Operação Custo Brasil. A 6ª Vara
Criminal Federal em São Paulo havia ordenado a prisão de 11 acusados de
envolvimento em um esquema de fraudes no contrato para gestão de
empréstimos consignados no Ministério do Planejamento, mas um deles, o
ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, já estava preso em Curitiba, e
dois, que não tiveram os nomes divulgados, não foram encontrados.
Está
prevista para as 18h de hoje a chegada de seis dos presos no Aeroporto
Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo, de onde devem ser
encaminhados para a Superintendência da PF na capital paulista. Entre
eles, está o ex-ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão Paulo
Bernardo. Dois acusados já estão na carceragem da PF, na Lapa. Um deles é
o secretário municipal de Gestão de São Paulo, Valter Correia da Silva.
Também
foram cumpridas hoje 11 ordens de condução judicial, das 14 que foram
concedidas. Em três casos, as pessoas citadas não foram encontradas.
O
Ministério Público Federal e a PF avaliam que foram desviados mais de
R$ 100 milhões do sistema de gestão de crédito consignado do Ministério
do Planejamento no período de 2010 a 2015.
De acordo com as investigações, agentes públicos e políticos recebiam pagamentos ilegais a partir do contrato feito com a empresa Consist Software para gerir o crédito consignado – empréstimos com desconto em folha – para servidores públicos federais. Os serviços da empresa eram custeados por uma cobrança de cerca de R$ 1 de cada um dos funcionários públicos que aderiam a essa modalidade de crédito. O inquérito indica que. desse montante, 70% eram desviados para empresas de fachada.
De acordo com as investigações, agentes públicos e políticos recebiam pagamentos ilegais a partir do contrato feito com a empresa Consist Software para gerir o crédito consignado – empréstimos com desconto em folha – para servidores públicos federais. Os serviços da empresa eram custeados por uma cobrança de cerca de R$ 1 de cada um dos funcionários públicos que aderiam a essa modalidade de crédito. O inquérito indica que. desse montante, 70% eram desviados para empresas de fachada.
A Operação
Custo Brasil foi desencadeada após depoimentos de delação premiada do
ex-vereador de Americana, em São Paulo, Alexandre Romano.
Segundo as investigações, Romano tinha um grupo de empresas em seu nome e de parentes próximos que eram usadas para ocultar a origem do dinheiro desviado do contrato com a Consist e fazer pagamentos em benefício do PT. Em contrapartida, o ex-vereador ficaria com cerca de 20% dos valores movimentados pelas empresas de fachada.
Segundo as investigações, Romano tinha um grupo de empresas em seu nome e de parentes próximos que eram usadas para ocultar a origem do dinheiro desviado do contrato com a Consist e fazer pagamentos em benefício do PT. Em contrapartida, o ex-vereador ficaria com cerca de 20% dos valores movimentados pelas empresas de fachada.
Paulo Bernardo
De
acordo com as denúncias, a partid dos contratos falsos, os recursos
chegavam aos destinatários finais, entre eles o ex-ministro Paulo
Bernardo, preso na manhã de hoje em Brasília.
“O dinheiro sempre saia da Consist, a empresa envolvida, era repassado aos parceiros, que eram esses operadores da lavagem de dinheiro, que eram empresas, em muitos casos de fachada. Não havia prestação de serviço. Em muitos casos, simulava-se prestação de serviços. Esse dinheiro chegava aos parceiros e era, então, distribuído para os destinatários finais. Na ponta da cadeia sempre estavam esses agentes políticos e públicos”, detalhou o procurador Andrey Borges de Mendonça.
“O dinheiro sempre saia da Consist, a empresa envolvida, era repassado aos parceiros, que eram esses operadores da lavagem de dinheiro, que eram empresas, em muitos casos de fachada. Não havia prestação de serviço. Em muitos casos, simulava-se prestação de serviços. Esse dinheiro chegava aos parceiros e era, então, distribuído para os destinatários finais. Na ponta da cadeia sempre estavam esses agentes políticos e públicos”, detalhou o procurador Andrey Borges de Mendonça.
Secretário municipal
O
procurador disse que um dos presos, o secretário municipal de Gestão de
São Paulo, Valter Correia da Silva, atuou para que os desvios
continuassem a ocorrer e recebeu um percentual dos recursos ilícitos. “O
secretário de Gestão de São Paulo tinha um cargo em uma das secretarias
no ministério responsável pela renovação dos acordos de cooperação
técnica. Ou seja, o senhor Valter era a pessoa responsável por manter o
esquema em vigor”, enfatizou Mendonça.
Correia foi secretário de
Gestão do Ministério do Planejamento de 2005 a 2007. De fevereiro de
2011 a novembro de 2012, ocupou a Secretaria Executiva Adjunta e, de
novembro de 2012 e fevereiro do ano passado, chefiou a Assessoria
Especial para Modernização da Gestão da pasta. Em março de 2015, foi
convidado para trabalhar com o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad.
Edição: Nádia Franco
Fonte Agència Brasil
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